Por Ronald Dauscha, presidente executivo da FNQ

A nossa 22ª edição do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), desenvolvido pela FNQ, reforça a inovação como um dos pilares essenciais para a perenidade, competitividade e relevância das organizações. Em um mundo movido por mudanças rápidas e tecnologias disruptivas, a inovação não pode mais ser vista apenas como um diferencial – ela é uma necessidade estratégica. Nesse contexto, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma das ferramentas mais poderosas para impulsionar a inovação organizacional.

O Fundamento “Inovação”, no MEG 22, é compreendido como a capacidade da organização de criar, adaptar ou melhorar produtos, serviços, processos e modelos de negócios, gerando valor sustentável e conhecimento para as partes interessadas. A IA pode contribuir diretamente nesse sentido ao oferecer recursos que aumentem a capacidade analítica, criativa, preditiva, adaptativa e de competitividade das organizações.

Outro aspecto fundamental da inovação é a gestão do conhecimento – processo estruturado de criação, organização, compartilhamento e aplicação do saber organizacional. A IA tem papel central nesse processo ao facilitar a captura e o reaproveitamento de dados e experiências, transformando informações dispersas em conhecimento acessível e útil para decisões estratégicas. Assistentes inteligentes, motores de busca cognitivos e sistemas de recomendação, por exemplo, tornam o conhecimento mais acessível, promovendo um ambiente fértil à inovação colaborativa e contínua.

Quanto ao processo de inovação organizacional como um todo, uma das formas mais impactantes de aplicar IA é por meio da análise de grandes volumes de dados, junto a algoritmos de aprendizado de máquina, que são capazes de identificar padrões ocultos, prever comportamentos de mercado, antecipar demandas dos consumidores e sugerir melhorias em tempo real, para citar apenas algumas das aplicações. Isso cria um ambiente propício para o desenho de estratégias baseadas em evidências e não apenas na intuição ou tentativa e erro.

Quanto a novos produtos e serviços, a IA estimula a inovação contínua ao idealizar soluções e acelerar ciclos de testes e prototipagem em novos processos e produtos. Com ferramentas de simulação e modelagem, é possível testar ideias, avaliar riscos e validar soluções com muito mais agilidade e precisão. Esse ganho de velocidade no processo de inovação contribui para um posicionamento diferencial e uma dinâmica no mercado.

Ainda nessa linha, outro impacto significativo da IA pode estar na cocriação e na inovação aberta. Plataformas baseadas em IA podem facilitar a colaboração com clientes, parceiros e fornecedores, interpretando insights de redes sociais, feedbacks e dados externos para direcionar projetos mais alinhados com as necessidades reais do mercado. Essa abordagem participativa fortalece o ecossistema de inovação e promove soluções mais assertivas e inclusivas.

No campo da inovação de processos, a IA pode ser aplicada na automação inteligente, otimizando tarefas repetitivas e liberando tempo para atividades de maior valor estratégico. Robôs de software podem inovar fluxos internos, reduzindo erros, custos e aumentando a eficiência operacional. Assim, a inovação deixa de ser um evento pontual e se torna parte da cultura organizacional.

Apresentadas aqui algumas possibilidades de utilização da IA em tantos processos ligados ao Fundamento “Inovação”, a avaliação de uma organização, de acordo com o nosso modelo MEG 22, permite que se reconheça os atuais diferencias já existentes com o seu atual uso, bem como apresenta uma série de oportunidades não consideradas e com alto potencial de melhoria na maturidade, nos resultados e no sucesso de uma empresa.

× Como podemos ajudar?